Não se nasce mulher
negra consciente do nosso poder de luta, torna-se.
Eu sempre ouço a
célebre frase de Beauvoir: “Não se nasce mulher, torna-se mulher”. Óbvio que
depois que ingressei no ambiente acadêmico, antes disso eu não ouvia nada,
sobre tornar-se nada. A luta de classe e raça foram e são vivenciadas, sem
análises, sem referências teóricas, eram sentidas na pele, NA PELE. Encontrei
na universidade a teoria do que eu já vivia, reconheço nas leituras o que já
sei, só que como eu iria falar disso antes se na academia eu quase não
consigo falar agora?
Pegando um gancho na frase que iniciei, eu descobri nos últimos anos que não se nasce negro, torna-se... E o tornar-se negro é doloroso, é um processo de aceitação e conhecimento de si e do racismo que está em ti, no teu amigo, na tua família, e é extremamente duro vivenciar todas essas etapas. O tornar-se negro é chato para quem não é negro e é também uma arma que te apontam sempre que você tenta abrir a boca para falar sobre questões sociais que envolvem sua raça. Eu já havia sofrido racismo, eu sabia que era racismo, mas isso não me revoltava ou doía como passou a doer e revoltar depois do meu processo de reconhecimento da minha negritude. Eu levei anos para questionar onde estavam os pretos na universidade, no trabalho, nas referências, e não só ter preto, mas ter preto consciente do racismo estrutural, ter preto que quer ser útil para o combate contra as mazelas que o racismo nos traz. Eu demorei muito tempo para perceber a importância de se descobrir as mulheres negras, e como é nosso dever exaltar essas mulheres e começar desde a base escolar a conscientização da importância de tais nomes. Hoje eu paro e penso na minha responsabilidade social, embora esteja longe de poder contribuir de forma eficiente em qualquer mudança estrutural mais profunda, eu carrego em mim o dever de estudar, ensinar, compartilhar a vida, a inspiração e a importância dos meus. Por que o tornar-se negro afasta gente, afasta demais, mas o reencontro e a plenitude de ser quem você quem e o que você é; desta forma poder na luta ir quebrando as amarras racistas que te impuseram... É libertador!
Não se nasce mulher consciente negra, torna-se e tornamos umas ás outras...
Pegando um gancho na frase que iniciei, eu descobri nos últimos anos que não se nasce negro, torna-se... E o tornar-se negro é doloroso, é um processo de aceitação e conhecimento de si e do racismo que está em ti, no teu amigo, na tua família, e é extremamente duro vivenciar todas essas etapas. O tornar-se negro é chato para quem não é negro e é também uma arma que te apontam sempre que você tenta abrir a boca para falar sobre questões sociais que envolvem sua raça. Eu já havia sofrido racismo, eu sabia que era racismo, mas isso não me revoltava ou doía como passou a doer e revoltar depois do meu processo de reconhecimento da minha negritude. Eu levei anos para questionar onde estavam os pretos na universidade, no trabalho, nas referências, e não só ter preto, mas ter preto consciente do racismo estrutural, ter preto que quer ser útil para o combate contra as mazelas que o racismo nos traz. Eu demorei muito tempo para perceber a importância de se descobrir as mulheres negras, e como é nosso dever exaltar essas mulheres e começar desde a base escolar a conscientização da importância de tais nomes. Hoje eu paro e penso na minha responsabilidade social, embora esteja longe de poder contribuir de forma eficiente em qualquer mudança estrutural mais profunda, eu carrego em mim o dever de estudar, ensinar, compartilhar a vida, a inspiração e a importância dos meus. Por que o tornar-se negro afasta gente, afasta demais, mas o reencontro e a plenitude de ser quem você quem e o que você é; desta forma poder na luta ir quebrando as amarras racistas que te impuseram... É libertador!
Não se nasce mulher consciente negra, torna-se e tornamos umas ás outras...
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