Sex Education e a premissa do "somos todos iguais... Sqn".
Eu não sou uma fã de séries e as poucas que assisti abordavam especificamente temáticas raciais, mas, com tantos comentários e diante da temática da sexualidade, resolvi assistir. A princípio me apresentaram a série como algo pra assistir em horas vagas pois, era mais do mesmo, outros mais animados disseram não ser apenas uma série de colegial e sim uma reflexão profunda sobre sexualidade, gênero, etc. Entre tantas apresentações ninguém me falou sobre o racismo na série... É, esse tema que nunca sai de cena.
Vejo a série como algo que ultrapassa as séries colegiais que coisas como High School Music batizou, ela transcende bastante, ela traz com êxito temas que outras pessoas podem de fato desenvolver uma análise mais elaborada que a minha, mas, meu foco é a raça.
A princípio a série quebra o padrão branqueado que somos acostumados, logo conhecemos o Eric, melhor amigo do protagonista, e hoje falo da série a partir da análise destes personagens, Jackson, Olá, Eric e a mãe de Jackson. Vou começar pelo ponto em comum de todos, as relações interaciais.
Todos os personagens negros na série (exceto a família de Eric) estão em um relacionamento físico ou imaginário com uma pessoa branca, em momento algum podemos ver troca de admiração, afetividade e respeito entre pessoas negras, então, vamos lá...
1. Ola é uma mulher maravilhosa, dessas que trabalha, estuda, é bastante inteligente e decidida. Ola se interessa pelo protagonista no qual chegam a um encontro, de início você vê as reações de Otis como algo "fofo", tímido, o dia do baile é fundamental para a reflexão, Otis compara a Ola (negra) a Mawe (branca), de princípio você pode achar que a comparação desengonçada é algo normal, no entanto, minha cara gente brank's, o racismo ele nunca vem explícito, a comparação entre a leão (mulher branca) e a cachorrinha doméstica/cabra (mulher negra) não é em vão, é uma afirmação de superioridade de uma sobre a outra e feita de uma forma bastante infeliz, o pedido de desculpas desarreda o horror, uma coisa idiota e o pior, Ola acha aquilo fofo. Para quem ainda não pegou a visão, os esforços sentimentais para atingir uma pessoa brank's não são os mesmos para atingir uma mulher negra que está ali como prêmio de consolação do brank'o legal.
2. Jackson. Keilla Vila Flor apontou o fato dele sempre está a disposição da Mawe e os inúmeros esforços para ser suficiente para ela, embora, nunca tenha sido. Eu acrescento o fato dele ser o UNICO negro que tem "aceitação" no colégio, ele vem de uma família financeiramente estruturada, é um grande competidor e muitos podem obter lucros com ele, inclusive a escola. Essa aceitação do Jackson vem de um jogo de interesses de todos os lados, inclusive quando a Mawe pauta namorar com ele e ele só tem qualidades. Ele é o típico preto esforçado/ esgotado que conseguiu penetrar e ter êxito no mundo dos brancos, e que esse personagem custa caro para ele, ele não pode decepcionar ninguém, nem a mãe branca. Perceba a relação das mães com ele, e uma tentativa de apoio da mãe negra logo barrada pela mãe branca.
3. Mãe negra do Jackson. A série inova com um casal lésbico aparentemente bem sucedido, no entanto quem domina a casa, o filho, a relação é a mulher branca, a mulher negra é em TODAS as cenas silenciadas, colocada ao fundo. A mulher branca tem total poder sobre a mulher negra e sobre o filho adotivo negro e brilhante que deve retribuir o que ela faz por ele...
4. Eric. Um dos personagens mais pesados da série. Ele faz o papel do LGBT negro e bobo da corte. Que passa por dores e dilemas para se aceitar e ainda enfrentar uma sociedade homofóbica e racista, ele se esforça de todas as maneiras para ser aceito e não é. Mas, o pior não é isso, é novamente a relação ao qual Eric acaba sujeito, ele se envolve com o SEU AGRESSOR, isso é sempre por a ideia de que uma pessoa violentada pode desenvolver afetividade por aquele que a violenta. Isso era terrível e estar presente no que promete vir para inovar é algo , no mínimo, babaca...
Sem querer me alongar mais, a real em todas essas relações é a inferiorização do corpo negro dentro de relações interaciais, relações essas que são romantizadas, postas como "fofas", mas, que na verdade tá ali jogando na cara que todos os negros aceitam tudo e qualquer coisa vinda dos brank's. É... Até agora não entendi porque meus amigos brank's, me conhecendo, não disseram "vale a pena assistir, tem questões raciais do início ao fim"... Teriam me convencido mais rápido!
Eu não sou uma fã de séries e as poucas que assisti abordavam especificamente temáticas raciais, mas, com tantos comentários e diante da temática da sexualidade, resolvi assistir. A princípio me apresentaram a série como algo pra assistir em horas vagas pois, era mais do mesmo, outros mais animados disseram não ser apenas uma série de colegial e sim uma reflexão profunda sobre sexualidade, gênero, etc. Entre tantas apresentações ninguém me falou sobre o racismo na série... É, esse tema que nunca sai de cena.
Vejo a série como algo que ultrapassa as séries colegiais que coisas como High School Music batizou, ela transcende bastante, ela traz com êxito temas que outras pessoas podem de fato desenvolver uma análise mais elaborada que a minha, mas, meu foco é a raça.
A princípio a série quebra o padrão branqueado que somos acostumados, logo conhecemos o Eric, melhor amigo do protagonista, e hoje falo da série a partir da análise destes personagens, Jackson, Olá, Eric e a mãe de Jackson. Vou começar pelo ponto em comum de todos, as relações interaciais.
Todos os personagens negros na série (exceto a família de Eric) estão em um relacionamento físico ou imaginário com uma pessoa branca, em momento algum podemos ver troca de admiração, afetividade e respeito entre pessoas negras, então, vamos lá...
1. Ola é uma mulher maravilhosa, dessas que trabalha, estuda, é bastante inteligente e decidida. Ola se interessa pelo protagonista no qual chegam a um encontro, de início você vê as reações de Otis como algo "fofo", tímido, o dia do baile é fundamental para a reflexão, Otis compara a Ola (negra) a Mawe (branca), de princípio você pode achar que a comparação desengonçada é algo normal, no entanto, minha cara gente brank's, o racismo ele nunca vem explícito, a comparação entre a leão (mulher branca) e a cachorrinha doméstica/cabra (mulher negra) não é em vão, é uma afirmação de superioridade de uma sobre a outra e feita de uma forma bastante infeliz, o pedido de desculpas desarreda o horror, uma coisa idiota e o pior, Ola acha aquilo fofo. Para quem ainda não pegou a visão, os esforços sentimentais para atingir uma pessoa brank's não são os mesmos para atingir uma mulher negra que está ali como prêmio de consolação do brank'o legal.
2. Jackson. Keilla Vila Flor apontou o fato dele sempre está a disposição da Mawe e os inúmeros esforços para ser suficiente para ela, embora, nunca tenha sido. Eu acrescento o fato dele ser o UNICO negro que tem "aceitação" no colégio, ele vem de uma família financeiramente estruturada, é um grande competidor e muitos podem obter lucros com ele, inclusive a escola. Essa aceitação do Jackson vem de um jogo de interesses de todos os lados, inclusive quando a Mawe pauta namorar com ele e ele só tem qualidades. Ele é o típico preto esforçado/ esgotado que conseguiu penetrar e ter êxito no mundo dos brancos, e que esse personagem custa caro para ele, ele não pode decepcionar ninguém, nem a mãe branca. Perceba a relação das mães com ele, e uma tentativa de apoio da mãe negra logo barrada pela mãe branca.
3. Mãe negra do Jackson. A série inova com um casal lésbico aparentemente bem sucedido, no entanto quem domina a casa, o filho, a relação é a mulher branca, a mulher negra é em TODAS as cenas silenciadas, colocada ao fundo. A mulher branca tem total poder sobre a mulher negra e sobre o filho adotivo negro e brilhante que deve retribuir o que ela faz por ele...
4. Eric. Um dos personagens mais pesados da série. Ele faz o papel do LGBT negro e bobo da corte. Que passa por dores e dilemas para se aceitar e ainda enfrentar uma sociedade homofóbica e racista, ele se esforça de todas as maneiras para ser aceito e não é. Mas, o pior não é isso, é novamente a relação ao qual Eric acaba sujeito, ele se envolve com o SEU AGRESSOR, isso é sempre por a ideia de que uma pessoa violentada pode desenvolver afetividade por aquele que a violenta. Isso era terrível e estar presente no que promete vir para inovar é algo , no mínimo, babaca...
Sem querer me alongar mais, a real em todas essas relações é a inferiorização do corpo negro dentro de relações interaciais, relações essas que são romantizadas, postas como "fofas", mas, que na verdade tá ali jogando na cara que todos os negros aceitam tudo e qualquer coisa vinda dos brank's. É... Até agora não entendi porque meus amigos brank's, me conhecendo, não disseram "vale a pena assistir, tem questões raciais do início ao fim"... Teriam me convencido mais rápido!
massa! acabei de ler.... vá sempre escrevendo...
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